Teoria sociocognitiva de Bandura (autoeficácia)




O teórico da aprendizagem Albert Bandura (nascido em 1925), cujas ideias são mais influentes entre os psicólogos do desenvolvimento do que as dos teóricos do condicionamento, afirma que a aprendizagem nem sempre requer reforço (1977a, 1982, 1989). A aprendizagem também pode ocorrer como resultado de ver alguém realizar alguma ação e receber reforço ou punição por essa ação. Esse tipo de aprendizado, chamado aprendizagem social ou aprendizagem por imitação, está envolvida em uma ampla faixa de comportamentos. Por exemplo, escolares observadores aprendem a distinguir entre professores rigorosos e permissivos ao observarem as reações dos professores ao mau comportamento das crianças que arriscam mais – isto é, aquelas que agem sem antes ter pensado sobre como os professores poderiam reagir. Consequentemente, quando na presença de professores rigorosos, crianças observadoras suprimem comportamentos proibidos, como não esperar a sua vez para falar e sair do assento sem permissão. Em contraste, quando se encontram sob a autoridade de professores permissivos, essas crianças podem apresentar tanto mau comportamento quanto seus colegas mais despreocupados com os riscos.
Entretanto, o aprendizado por imitação não é um processo inteiramente automático. Bandura assinala que aquilo que o observador aprende vendo alguém vai depender de dois elementos cognitivos: no que ele presta atenção e o que ele é capaz de lembrar. Além disso, para aprender de um modelo, o observador precisa ser fisicamente capaz de imitar o comportamento e estar motivado a realizá-lo sozinho. Uma vez que as capacidades de atenção, de memória e físicas mudam com a idade, o que uma criança aprende de um determinado evento imitado pode ser muito diferente do que um adulto aprende de um evento idêntico (Grusec, 1992).
Segundo Bandura, uma criança aprende não apenas o comportamento explícito, mas também ideias, expectativas, padrões internos e autoconceitos dos modelos. Ao mesmo tempo, ela adquire expectativas sobre o que pode e o que não pode fazer – as quais Bandura (1997) chama de autoeficácia. Uma vez estabelecidos, esses padrões e expectativas ou crenças afetam seu comportamento de maneiras consistentes e duradouras. Por exemplo, crenças na autoeficácia influenciam nosso senso geral de bem-estar e até nossa saúde física.

Fonte: Livro "A Criança em Crescimento" (Denise Boyd & Helen Bee)

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