Resumo do Livro “Comunicação Não Violenta” de Marshall B. Rosenberg
O autor teve a ideia de escrever esse livro quando em
sua cidade natal, Detroit, houve uma crise, e ele percebeu que cada pessoa
reagia de forma diferente nos momentos críticos. Baseou-se em teorias da psicologia
não diretiva de Carl Rogers para fundamentar sua opinião, assim como nas
convicções de Dalai Lama e do Budismo.
Para seu conceito, a linguagem deve ter uma função diferente
daquela que serve para exercer poder sobre as pessoas, para tanto deve-se fazer
o exercício de “ser” mais do que o de “fazer”. Numa sociedade capitalista essa
contradição é todo tempo colada à prova. O estresse, a competição, fazem parte
dessa realidade. A pressão por “fazer” e por “ter” torna a busca por diversão
limitada a tais sentidos.
A vida latente emerge quando o desejo de machucar o
outro é transcendido; o que é de grande valia para a nova forma de comunicação,
“ahimsa” é um dos preceitos éticos da Yoga e prega a não-violência. Para tanto
é necessário ser autêntico. O animal que simboliza a capacidade de se ver as
coisas de cima, é a girafa, pois além de ser mais alta, tem o coração grande.
As necessidades dos seres humanos precisam ser satisfeitas,
de outra forma ocorre estresse, e cada um é responsável por alcançar seus
desejos. Entre eles está a empatia, que é uma expressão autêntica da conecção
entre pessoas, como numa dança infinita. Dado isso, a empatia pode ser: escutar;
estar lá para a pessoa; estar lá com a pessoa, escutá-la além das palavras, os sentimentos,
as necessidades além das palavras.
Escutar envolve checar a atenção: atenção não é
julgamento, sentimentos não são pensamentos, necessidades não são estratégias,
pedidos não são ordens. O auto exame e a auto correção são necessários nesse
processo de viver a sua verdade, fazer decisões conscientes, abandonando algumas
pontes que podem fazer das palavras muros, e não janelas.
“Deixe-nos tornar a mudança que procuramos no mundo”. Gandhi
Portanto, num relacionamento é necessária a observação
daquilo que pode estar incomodando, para então identificar o sentimento que aquilo
desperta, qual a necessidade gerada ou frustração para a geração de um pedido,
pedido este que impulsiona a ação que pode completar algo na vida. Desta forma,
como numa dança, a expressão autêntica e a comunicação não-violenta de dentro
para fora, se dá entre as pessoas da mesma família, trabalho, amigos,
comunidade, disputas, nos relacionamentos.
A leitura deste livro expande os horizontes para o
tratamento consciente dos relacionamentos, chamando as pessoas para a atenção nas
quatro dimensões do pensamento: observação, sentimento, necessidades e pedido.
Paulo Freire já defendia uma comunicação mais consciente da vivência em grupo
com a discussão de problemas, para o desenvolvimento da visão crítica, para uma
transformação sociocultural. O livro chama a atenção para o que denomina “A Linguagem
da Vida” com uma proposta encorajadora e que preenche algo que intuitivamente o
ser humano busca.
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