Russeau, Kant e Bourdieu: diferenças e semelhanças nas posturas filosóficas.
  
Uma abordagem para comentário do trecho do texto de:

FERRARI, Márcio. Pierre Bourdieu, o investigador da desigualdade


Os filósofos Kant e Rousseau influenciaram grandemente gerações futuras, em linhas filosóficas que têm efeito até os dias atuais. Kant defendia a formação moral de indivíduos, assim como Russeau, que entretanto via essa  necessidade a partir da “idade da razão”, ou seja, a partir dos 15 anos. Kant e Russeau tambem divergiam neste ponto quanto ao tipo de formação:  religiosa (Russeau) e a formação moral racional (Kant).
A grande dicotomia entre ambos filósofos para a fase anterior à “idade da razão” (Rouseau), ou a menoridade (Kant) encontra-se na questão de uma educação pela coerção que estimularia a aprendizagem do controle do desejo, na busca pela obediência voluntária. Kant valoriza o controle e aprimoramento da razão para o ser humano sair de sua menoridade e libertar-se do jugo da autoridade.
Contrariamente, Rousseau defende “uma educação conforme a natureza”, que busque a espontenidade natural, livre da escravidão aos hábitos exteriores, a fim de que o indivíduo seja dono de si mesmo, agindo por interesses naturais. Pretende assim  afastar o indivíduo da chamada educação negativa. Desconfiado com da sociedade constituída, teme a educação que põe a criança em contato com vícios e a hipocrisia, criando hábitos de pensamento inculcados pela sociedade. Uma educação afastada do artificialismo.
Segundo o sociólogo Bourdieu,  há tentativa de superação da dicotomia entre o objetivismo e o subjetivismo na formulação de teorias. A adoção de uma dessas tendências restringe a visão da realidade social. Assim, em sua teoria, há a criação de um habitus, que representa “a incorporação de uma estrutura social pelos indivíduos, influindo no seu modo de agir, pensar e sentir de tal forma que se inclinam a confirmá-la e reproduzi-la, mesmo que nem sempre de forma consciente.”  
Uma absorção involuntária através de um discurso conciliador através do habitus, a produção simbólica - resultado das elaborações em áreas como arte, ciência, religião e moral, o que constitui o vetor principal que reinventa as desigualdades de modo direto, disfarçando constrangimentos e o sofrimento. Esta dominação pode ser observada por parte do homem em seu discuso conciliador sobre as mulheres.

Comentários

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  2. A dualidade entre o racionalismo e o naturalismo parece ser conivente com a questão da formação de ideologia e da ideologia dominante, de acordo com Maria Lúcia Arruda Aranha em Filosofia da Educação, quando aborda a questão da espontaneidade em oposição à manipulação dos desejos com o racionalismo e a moral de Kant.

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  3. Para Rousseau,somente a partir dos 15 anos de idade,o jovem deve iniciar a educação moral propriamente dita.Onde ele poderá observar as pessoas e suas diferentes visões de mundo, aprendendo a lidar com suas próprias visões e conhecendo seus limites,tornando-se um adulto independente.
    Fabiana Silva Campos

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  4. Foi um período marcado pelo racionalismo e pelo naturalismo.Um avanço do racionalismo e do naturalismo,já no final da idade média e no começo da idade moderna,os homens vão se dando conta que o conhecimento é uma atribuição da sua própria razão natural e que não há nenhuma interferência de influência divinas transcendentais nesse processo de representação do ser da realidade,dos objetos e de todos os entes,de todas as situações.

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  5. Miriane Silva Rocha BLOG FILOSOFIA E PODER
    Creio que nasce no ser humano uma nova visão de conhecimento, de visão de mundo e de pressupostos filosoficos que culminam com o que aprendemos e convivemos nos dias atuais. Mas considero que há outras formas de agregar conhecimentos não somente a razão ou pela razão, mas principalmente pela experimentação. Miriane Silva Rocha BLOG FILOSOFIA E PODER

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